segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Morreu de que?

Será que se eu morrer hoje também vão dizer que foi emocional?

Morreu de tristeza, seria a Causa Mortis.
Morreu sufocada pelos pensamentos, engasgada com que o que não teve coragem de dizer.
Morreu porque tinha que morrer ou morreu porque não tinha mais o que sofrer?

Não, não estou desafiando a vida, sei que ainda teria mais a sofrer, mas eu não quero mais, não consigo mais.

Morreu porque não tinha motivo pra viver, diria o vizinho.
Morreu porque não tinha cura, diria o jornaleiro.
Morreu porque desistiu, diria o amigo.

Morreu porque achava que era médica e se diagnosticou com uma doença terrível, morreu por não conseguir respirar.

Morreu porque não acreditou em quem disse que era doença de maluco, doença do coração amante. Tudo coisa da sua cabeça.

Viveu.
Viveu, até agora, para questionar, para buscar a felicidade.
Viveu para sorrir.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Que Você Fez Amanha?

O mundo gira rápido demais e se você não acompanhar, amigo, tchau...
Corra, apresse-se, ande logo, o mundo não vai esperar por você. Seu chefe não quer saber se seu coração foi partido, seu cliente não dá a mínima se seu cachorro morreu. Corra, ande, vá. Se perder o ônibus o atraso será descontado.
Vejo o mundo andando tão rápido e mudando de direção tão repentinamente que daqui a pouco vão me perguntar: "O que você fez amanha?"
Depressa, vá logo, corra.
Andar virou correr, trabalhar virou servir, viver virou planejar.
Dizem que não devemos viver o hoje pensando no ontem, digo que agora vivemos o hoje pensando no daqui 3 anos, e isso meu amigo, não serve pra mim.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu Escrevo à Caneta...




Escrevo desde pequena, sempre gostei de tatuar o papel com minha estórias. Tatuar sim, pois escrevo à caneta, sem corretivos por perto.
Escrever à lápis nunca fez meu estilo, nunca tive medo do fracasso. Eu sei que posso um dia encontra-lo. Se esse dia chegar eu irei cumprimenta-lo como um velho amigo.
Escrevo à caneta e me jogo de cabeça. Mesmo se eu soubesse que nada existe abaixo para amortecer a queda, eu me jogaria de cabeça.
Pobres aqueles que passam a borracha e calculam a altura da queda. Eles não entendem.
Me jogo de cabeça e sem fechar os olhos. Penso que, por escrever à caneta, cairei em um mar de rosas, ou ainda, se Deus permitir, não cairei jamais.
Escrevo a caneta, tatuando o papel, e me jogo de cabeça, com os braços abertos, porque, apesar de qualquer coisa, a queda vale a pena.

Barbara Galvão

sábado, 16 de abril de 2011

Sonhe um Sonho Sonhado





Fechei os olhos e sonhei contigo... não sei ainda se estava dormindo ao acordada. Sei que sonhei, sonhei como sonham as crianças, sonhei acreditando que aquilo era real, sonhei sentindo no sonho a energia viva que só o sonho nos trás.
Nesse meu sonho sonhado, sonhei que sonhava contigo, e no sonho você sonhava em sonhar novamente, sonhava em se curar, em andar, em correr. Nesse sonho cheio de sonhos sonhados, eu sonhei e chorei.
O que é, por Deus, um sonho se não o ato de sonhar? Diferencie mentalmente o sonho que a gente sonha dormindo do sonho que a gente sonha acordado e ainda daquele outro sonho que sonhamos realizar. Conseguiu? Não? Nem eu. Pois não há diferença, pelo menos não em meus sonhos sonhados sobre sonhos.
No meu sonho, você ria de mim! Você se divertia com minha ingenuidade de criança, você me ensinava a falar certo, certamente errado, a fala dos sonhos. Começamos com os vocabulários básicos, me ensinou o modo certo de falar errado, me ensinou "Frô", me ensinou "Menina bonita meu Deu.. eu.. zuz". Depois avancei pro modulo Sonho Sonhado Avançado e nele você me ensinou a maior lição certamente errada de todas, virou pra mim com um sorriso maroto no rosto e disse "Seje Homi".
Em meus sonhos sonhados sempre me lembro de sonhar com tais palavras, pois culto e inteligente como você, era estranho pra mim aprender a falar a língua dos sonhos, a lingua certamente errada... hoje eu entendo.
Você veio ao mundo, apanhou, sofreu, apanhou, sofreu e apanhou mais, e mesmo assim cada vez que nossos olhos se cruzavam eu via um sonho a ser sonhado lá no fundinho, esperando os olhos se fecharem pra ele chegar. Mas o sonho nunca vinha, não tinha espaço, não tinha tempo, não tinha sonho.
No fundo dos seus lindos olhos verdes (desculpa vô) eu via o sonho em forma de flor, não, em forma de frô, cada pétala um sonho a ser sonhado e o miolo o sonho sonhado todos os dias. O que fazer quando sonhar um sonho é o seu maior sonho?
Sonhei com você vô, e nesse sonho te via baforando seu cachimbo e tudo tinha cheiro de baunilha, cheiro do seu fumo, você sorria com ar de mistério, mistério sonhado como você tinha, eu te olhava e perguntava o motivo da risada, e você abria um sorriso de sonho, maior e mais sonhado, me olhava e dava outra baforada. Nesse momento minha atenção se prendeu na fumaça que subia em formas espirais tão sonhadamente lindas que eu não conseguia deixar de acompanhar, quando voltei minha atenção a você... você não estava mais lá, embora o sorriso sonhado permanecesse, voltei a olhar a fumaça cheirosa e ... te achei vô! Lá estava você, rindo seu sorriso maroto sonhado, me olhou e disse: "Frô, seje homi, o Vô foi sonhar"


Barbara Galvão

quarta-feira, 2 de março de 2011

Corre Vida, Espera Vida, Continua Vida!

E nesse vai e vem de pessoas atrasadas olhando seus relógio eu passo...
Passo com as mãos nos bolsos e o fone no ouvido, com um sorriso no rosto e com a esperança no coração.
Mil olhos passam por mim, 900 não me vêem, 100 não me entendem, nenhum é o que eu espero ver.
Adultos me perguntam sobre meus textos, meus pensamentos. As vezes digo que não escrevo mais, as vezes digo que não publico mais o que eu escrevo.
De verdade posso dizer, que minha inspiração mudou, que meus textos não escorrem mais a melancolia que agradava a todos, acho que eles refletem meu coração afinal de contas...

domingo, 19 de setembro de 2010

Vida

Os zumbis do metrô caminham indo para o trabalho, voltando para casa. Eles se esqueceram dos seus sonhos, esqueceram que um dia tiveram um sonho, eles caminham, comem, respondem se você perguntar alguma coisa, mas eles não vivem, não amam, não desejam, não esperam.
Eles chegam em casa, bebem, dormem e no dia seguinte lamentam por terem acordado e vão trabalhar com a mesma dor do dia anterior.
Algumas vezes por semana eles encontram seus psicólogos, psiquiatras e analistas. Eles conversam, confessam, choram e reclamam. Mas nada muda, não adianta procurar o passado ou a antiga relação com seus pais, a falta dos sonhos é culpa somente deles.
Os filhos vem, e vão, eles ficam e isso dói.
Um dia de sábado, um copo de bebida, uma cartela de comprimidos e tudo acaba, tudo morre, como os sonhos um dia.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Curta Vida, Longa Vida


Não cheguei aos 30, não passei dos 20.
Não comecei faculdade mas já dei aula, dei aula de inglês, dei aula de vida, aula de como ser e de como não fazer.
Inspiro muitos, enojo muitos mais.
Sei que fumar faz mal, mas fumo, gosto de fumar.
Já estendi as mãos a um estranho para oferecer ajuda, já pedi ajuda a mãos amigas e a ajuda nunca veio, já até fui ajudada sem sequer notar.
Já fui iluminada por alguns que vagam sem serem vistos.
Já sofri overdose, overdose de pó, overdose de dor, de amor, de filosofia.
Admiro o simples, embora ele não me satisfaça.
Já chorei de alegria e já sorri de desespero.
Vivi o inferno e o céu em um mesmo dia.
E digo, a quem interessar possa, que o único conhecimento que ficou foi o saber do vazio, conhecer o vazio, aceita-lo e abraça-lo.
Vivi 10 vidas em 20 anos, e da vida não entendo nada.

Barbara Galvão (esc. 19/02/2010)

fikdik: I'm so happy because today I found my friend, they're in my head.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ideologia

Eu estava agora mesmo ouvindo Ideologia - Cazuza e pensando na minha vida, bem, tive a ousadia de me comparar com ele.
Cazuza era um guerreiro que usava as palavras como espada pra combater a ignorância, ele tinha na sua voz o instrumento de trabalho perfeito, quem não se deslumbraria ouvindo ele?
Até seus inimigos ouviriam, e por alguns minutos, enquanto os acordes voassem, eles concordariam.

Que maldita vida é essa, que os idiotas são excessivamente confiantes e os inteligentes são cheios de duvidas? São criticados, tidos como rebeldes e loucos. E quando morrem, todos choram sua perda, quanta hipocrisia meu deus!

Podem me chamar de depressiva, podem dizer que meu português é um lixo, podem me chamar de sonhadora, eu sei quem eu sou, posso não saber exatamente o que eu quero, mas sei o que não quero, e não quero ser mais uma hipócrita na multidão!

Dizem que vou pro inferno... dizem isso pela minha religião, pela minha orientação sexual, pelos meus hábitos, meus vícios... quer saber? Se esse tal inferno existe, o que eu duvido muito, eu quero mesmo ir pra lá, junto com meus familiares, e lá encontrarei os gênios do mundo, encontrarei Cazuza, encontrarei Cássia e Renato.

Que "Deus" tenha piedade da ignorância do "homem bom".

Barbara Galvão

fikdik: Eu vou pagar a conta do analista, para nunca mais ter que saber quem eu sou.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sadness

Gente achei uma reliquia aqui.. um poema que eu fiz quando tinha 15 anos, eu não sinto mais as coisas que vocês vão ler agora, mas vou postar mesmo assim, gosto dele: